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Vamos falar sobre um assunto que atinge muitas mulheres? Eu mesma tenho amigas que tem endometriose, e já postei sobre o assunto e as principais dúvidas que ele gera, e acho que é importante informar a vocês o que existe hoje disponível para tratar esse problema.

Quem fala sobre os tratamentos é a Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844), que é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo.

Mulheres que têm endometriose precisam decidir, junto com seu médico e a partir dos resultados dos exames, qual o melhor tratamento a ser realizado, abaixo você poderá ler e conhecer melhor sobre os tratamento.

Apesar de não ter cura definitiva, a endometriose possui opções de tratamento. A escolha da terapêutica mais adequada dependerá da severidade dos sintomas e do grau da doença instalada”. – Dra. Rosa Maria Neme

A ginecologista informa que, em casos de grau leve de endometriose, pode-se fazer uso de diferentes medicamentos hormonais, a fim de bloquear o estímulo hormonal que ocorre sobre as lesões de endometriose.Esses medicamentos normalmente não são indicados para as mulheres que desejam engravidar, pois, em geral, eles têm ação anticoncepcional”, esclarece.

Tratamento com DIU:
Com o avanço dos estudos para o tratamento da endometriose, duas novidades, que foram apresentadas à comunidade médica na metade do segundo semestre de 2011, despontam como a nova geração de medicamentos indicados para combater este mal, que acomete cerca de 10 a 15% da população feminina em idade reprodutiva, entre 15 e 45 anos.

O primeiro destaque é o minissistema intra-uterino liberador de progesterona (levonorgestrel), um dispositivo menor em relação ao que já existe no mercado, indicado, principalmente, para mulheres que nunca tiveram filhos. A progesterona é antagonista do estrógeno, que é o hormônio que promove o crescimento da endometriose. Assim, este dispositivo que fica dentro do útero tem ação local, inibindo, nas proximidades do útero, o efeito do estrógeno sobre os focos da doença”, relata Dra. Rosa Neme.

De acordo com a especialista, este novo DIU pode ser usado no tratamento clínico de qualquer grau de endometriose, porque libera diariamente uma dose definida de progesterona e tem durabilidade de cerca de cinco anos.  Dra. Rosa explica que as mulheres que colocam este dispositivo podem, no início, apresentar dor mamária, um pouco mais de espinhas e irregularidade menstrual. “Estes efeitos tendem a melhorar ao longo do tempo. Além disso, cerca de 60% das mulheres, param de menstruar”.

Sobre a eficiência deste método, a ginecologista informa que há inúmeros estudos que comprovam seus efeitos. “A eficácia contraceptiva é superior aos medicamentos por via oral, porque não depende da tomada diária da paciente, que muitas vezes esquece. No tratamento da endometriose, o DIU já foi consagrado como um dos métodos de escolha no tratamento de manutenção, mesmo após a realização de uma cirurgia”, esclarece Dra. Rosa.

Outros pontos relevantes neste tipo de tratamento é que ele se apresenta como uma solução para o uso em mulheres sem filhos (nulíparas), pois quando elas colocam o dispositivo tradicional, tendem a ter mais cólicas e um pouco mais de irregularidade menstrual. Como ele é um pouco menor, a tendência também é oferecer diminuição nas cólicas e menos escapes menstruais.

Progesterona Contínua:
O dienogeste, um novo tipo de anticoncepcional de uso contínuo, é outro tratamento medicamentoso que usa a progesterona como princípio ativo e que tem um efeito bastante intenso na atrofia dos focos de endometriose, “porque apresenta uma tendência na parada da menstruação e melhora dos sintomas inflamatórios da doença. Embora existam vários estudos e experiência na Europa e nos Estados Unidos que demonstram a sua eficácia, ainda não temos tempo determinado para seu uso”. Este medicamento deve chegar ao Brasil no segundo semestre de 2012.

O uso de medicações contendo apenas a progesterona, sem o estrógeno combinado, tendem a ser bem efetivos nesses casos”, relata a especialista.

Laparoscopia:
A laparoscopia é indicada nos casos onde os sintomas da endometriose são mais intensos, em casos mais avançados da doença ou ainda nos casos leves, quando não houve melhora dos sintomas com o tratamento medicamentoso.

A cirurgia laparoscópica serve não só para o diagnóstico, mas principalmente para o tratamento. No momento do procedimento, todos os focos de endometriose que são evidenciados são imediatamente retirados e cauterizados. Esta é a grande vantagem de um diagnóstico preditivo bem feito, pois se sabe exatamente o que será encontrado, com a possibilidade de se fazer uma boa programação antes da cirurgia.

A laparoscopia é um procedimento de grande dificuldade técnica, que requer profundo conhecimento da anatomia pélvica – que, muitas vezes, encontra-se bastante alterada pela intensa atividade inflamatória provocada pela doença”, completa Dra. Rosa Neme.

Cirurgia robótica:
Quando a endometriose está em fase mais avançada e já se instalou profundamente na região do intestino – chamada endometriose intestinal ou complicada -, uma alternativa à cirurgia laparoscópica convencional é a Cirurgia Robótica. Este procedimento, minimamente invasivo, tem uma atuação significativa em doenças ginecológicas benignas que, por vezes, comprometem a capacidade reprodutiva da mulher. Sua tecnologia permite uma visão mais precisa e detalhada da região a ser operada.

A aplicação da tecnologia robótica em casos ginecológicos tem se mostrado como uma alternativa excepcional. Vantagens, como a possibilidade de uma visão tridimensional da cavidade abdominal, melhor visibilidade da anatomia da pelve e menor sangramento intra-operatório, garantem melhor recuperação da paciente, um menor tempo de hospitalização e um tratamento mais efetivo da doença a ser tratada, ou seja, os resultados cirúrgicos se mostram mais eficazes e a chance da doença voltar é bem remota”, finaliza Dra. Rosa Neme.

Para a especialista, a superioridade da cirurgia robótica é observada em quadros ginecológicos de maior complexidade, como no tratamento de endometriose avançada com acometimento intestinal ou com grande quantidade de aderências na pelve, em mulheres que desejam preservar sua capacidade reprodutiva.

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É sempre importante você consultar seu médico sobre o melhor procedimento para o seu caso. Portanto se você tem endometriose, converse com ele e veja o que é indicado para você! Se cuide, afinal o seu corpo é o seu bem mais importante.

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